Angela Catharina - Lembranças Artesanais: Menos intolerância, por favor

sexta-feira, 18 de março de 2016

Menos intolerância, por favor

Devem ter notado que andamos um pouco sumidas. 
Entre problemas de saúde de entes queridos, bastante trabalho e um país de pernas para o ar, havia pouca inspiração para escrever. E era o caso também do dia de hoje, já que a situação do nosso país é bastante desanimadora.
Mas, refletindo sobre nossos próprios sentimentos e observando à nossa volta, notamos o crescimento de um sentimento que nos é incomum e que está permeando a todos: a amarga intolerância. 
Pilhadas, com dores pelo corpo e raivosas, paramos, mãe e filha, para questionarmos nossas próprias posições e o quanto aquela semana havia nos afetado.
18 horas diárias de canais de notícia alardeando uma nova "bomba" a cada minuto (e repetindo todas as bombas anteriores enquanto uma nova não chega). Redes sociais destilando ódio - primeiro do Lula, depois do partido, passando para todos os políticos, e depois todos os colegas, amigos e familiares que ainda simpatizam com ele. Os simpatizantes, por sua vez, destilam também ódio em resposta.
Perplexas, assistimos amigos e família protagonizarem cenas tristes de intolerância - cortarem relações e amizades por conta de pensamentos opostos. E antes que nos deixássemos dominar por este sentimento, paramos para orar, nos desligamos de tudo e pedimos proteção. 
A intolerância àquele que simpatiza com outro partido não é, em nossa opinião, preconceito menor do que o racismo ou homofobia. O ser humano evoluiu até aqui debatendo, mudando, acrescentando a si opiniões, construindo ideias. Se todos pensássemos da mesma forma, ainda estaríamos na Idade da Pedra, não é mesmo? 
Aquele seu amigo que é contra ou a favor do Lula também quer um Brasil melhor. Como sabemos disso? Ora, você já viu alguma manifestação a favor da corrupção, da fome, dos impostos maiores? Todos queremos o mesmo! O que muda é a visão: uns acreditam em sua inocência, enquanto outros, já o vêem culpado. E aí, nos vemos num país de juízes. 
Nossa proposta nesta sexta é, ao invés de café, um chá de camomila bem forte, um momento de precioso silêncio e uma reflexão profunda sobre: minha convicção política é mais importante que minha família ou meus amigos?
Por um Brasil com amor. Antes que não sobre nada para defendermos.


Um forte abraço,

Angela e Tatyana


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